Atividade Complementar Mód. 10


RELATO - ATIVIDADES COMPLEMENTARES  DO MÓDULO 9
ALUNO: LUCIENE HELOÍSA ANDRÉ 
TUTOR: PROFª DEISE FUKUOKA
TURMA: 00224 -  LICENCIATURA EM PEDAGOGIA                                       UNICID SP
CONFERÊNCIA:  O QUE SABEMOS E O QUE NÃO SABEMOS SOBRE O UNIVERSO
CONFERENCISTA: MARCELO GLEISER
Professor de física e astronomia do Dartmouth College, em Hanover (EUA), o físico e astrônomo Marcelo Gleiser é formado pela Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro e possui Ph.D. pela King's College de Londres.
ENTREVISTA: LENISE ROSSETO (JORNALISTA)
MÓDULO: 9                                                             DATA DE ENTREGA: ____/____/____

O QUE SABEMOS E O QUE NÃO SABEMOS SOBRE O UNIVERSO

Nesta vídeoconferência com a participação da platéia reunida no auditório Vitória Régia do IESDE, o astrofísico brasileiro Marcelo Gleiser aborda o estudo dos astros e a história do universo, demonstrando como a ciência diz respeito a todos e que portanto, todo cidadão tem o direito de saber como o mundo funciona. Ele também nos conta um pouco da sua experiência pessoal de menino interessado nos mistérios do mundo e no poder da razão humana. Marcelo diz que desde pequeno sentia uma grande necessidade de descobrir a origem das coisas que existiam no mundo, os animais, a humanidade, o surgimento da terra. E foi essa curiosidade que acabou despertando o seu desejo em se tornar um cientista. E é assim, de uma maneira bem simples e descontraída que Marcelo Gleiser divulga a ciência e responde perguntas da platéia.
Inicialmente, Marcelo explica que astrofísica é o estudo dos astros e cosmologia é o estudo do cosmo, sendo os astros a designação comum que se dá aos corpos celestes que orbitam no espaço a exemplo dos asteróides, cometas, estrelas, meteoros, planetas, planetóides, e satélites naturais (luas). Já o cosmo é o Universo em seu conjunto, toda a estrutura universal em sua totalidade. Tratando mais especificamente das estrelas, Marcelo inicia a conversa explicando o que é uma galáxia. 
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Galáxia deriva do termo grego galaxias (γαλαξίας), ou kyklos galaktikos, que significa "círculo leitoso", devido à sua aparência no céu. e é formada por um grande aglomerado de bilhões de estrelas e outros objetos astronômicos (nebulosas de vários tipos, aglomerados estelares, etc.), unidos por forças gravitacionais, que associam elétrons e prótons formando átomos de hidrogênio que começam a girar em torno de um centro de massa comum e é esse movimento que dá origem às galáxias.
Exemplificando de forma bastante contundente, Marcelo sugere que imaginemos um balão de festa com vários pontinhos pretos, sendo cada um deles uma galáxia. A medida que esse balão vai inflando esses pontinhos vão se afastando uns dos outros. Assim funciona a expansão do universo.
No interior de toda estrela existe uma imensa fornalha que funde o hidrogênio a uma temperatura que chega a 15 milhões de graus. É daí que as estrelas tiram o seu brilho.
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Todas elas têm um ciclo de vida, ou seja, nascem em nuvens de gás compostas basicamente de Hidrogênio e Hélio que chamamos de nebulosas, depois "queimam" o seu combustível produzindo novos elementos e liberando energia e por fim, morrem após algumas reações nucleares quando o combustível se esgota e a estrela se esfria liberando alguns gazes, formando o que chamamos de anã branca, como acontece com as estrelas menores, ou quando ao produzirem novos elementos, explodem subitamente liberando uma quantidade enorme de energia, a exemplo do sol que surgiu a partir de uma aglomeração da poeira cósmica e gases em determinado ponto da via láctea. Estas partículas de poeira e gases foram se agregando e deram origem a uma massa de matéria que se tornou cada vez mais compacta . A medida que essa massa crescia aumentava sua força gravitacional que atraia mais partículas e gases. Após alguns bilhões de anos a temperatura dentro da massa atingiu cerca de 15 milhões de graus, iniciando-se uma reação atômica causando uma fusão nuclear, responsável pela liberação de grandes quantidades de energia emitida na forma d luz e calor. A massa e poeira cósmica e gases tornavam-se assim, mais uma estrela no universo: o sol.
Com base no tamanho do sol e na quantidade de energia por ele produzidos, estima-se que sua idade aproxima-se dos 5 bilhões de anos. Mas o sol não é eterno. Daqui a muito tempo - 5 bilhões de anos - nosso Sol, como todas as estrelas, vai morrer. O hidrogênio - o combustível que o mantém vivo - não é eterno. No fim, o Sol vai sucumbir ao próprio peso e explodir. E vai semear novamente pelo Universo a poeira das estrelas capaz de gerar a vida. Marcelo esclarece ainda que enquanto a idade aproximada do sol é 5 bilhões de anos,  segundo a Teoria do Big Bang, o Universo foi criado há cerca de 15 ou 20 bilhões de anos quando uma fabulosa quantidade de energia localizada em uma esfera de diâmetro inferior a 1cm, expandiu-se rapidamente após dilatação e resfriamento uniforme. Essa redução rápida de temperatura determinou as sucessivas transformações da energia liberada que se materializou na forma de partículas (matérias) e antipartículas (antimatérias) que se aniquilaram gerando uma quantidade enorme de energia. O excesso de matéria em relação à antimatéria deu origem ao Universo. 
Marcelo esclarece ainda dúvidas do auditório a começar pela relação existente entre as ondas de rádio e as estrelas. Marcelo explica que uma estrela morta comprime seu interior a densidades muito altas. Ao seu redor existe muita matéria, gases e radiação que giram a velocidades altíssimas dando origem às ondas de rádio.
Conversando sobre o rebaixamento do planeta Plutão.  Primeiro Marcelo descreve planeta como sendo um corpo celeste que está em órbita ao redor do Sol, a seguir ele explica que Plutão além de possuir um formato inclinado e um tamanho muito inferior em relação aos outros planetas, orbita de forma irregular, circulando muito longe do sistema solar, passando portanto, a ser considerado como um "planeta anão", ou seja, um corpo celeste muito semelhante a um planeta que possui gravidade suficiente para assumir uma forma com equilíbrio hidrostático, porém não possui uma órbita desimpedida.
 
 Foto cedida pela Nasa
Plutão, mostrado como o anel mais afastado nas duas ilustrações, tem a órbita mais irregular de todos os objetos que já foram considerados planetas.
Agora os principais planetas do sistema solar são  Mercúrio, Vénus,Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.   
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Ao ser questionado sobre a possibilidade de se viver em Marte, Marcelo diz que desde que haja uma biosfera (conjunto de todos os elementos de um ecossistema) é possível sim a humanidade se espalhar pelo Universo assim como nos espalhamos pela Terra. Pelo menos água é um dos elementos comprovados em Marte. Estudos demonstram que no passado existiu água em abundância por lá, já que há evidências de leitos de rio o que não descarta a hipótese de ter existido vida em outros tempos.
Sobre Aquecimento Global, Marcelo explica que a queima de combustíveis fósseis  provenientes do petróleo, tais com gasolina, óleo e gás, gera uma grande quantidade de gás carbônico bloqueando a atmosfera como se fosse um cobertor em torno da Terra.  Vários países tem se esforçado para diminuir os agentes que causam poluição, mas ainda há muito a se fazer, afirma o astrofísico.
Por fim, Marcelo fala sobre a importância das teorias e sobre o papel do educador no ensino desta disciplina. Ele diz que quando questionado sobre o certo e o errado das Teorias, ele costuma dizer que  se levarmos em consideração uma era pré-científica em que ainda não existiam determinadas regras e validações empíricas, podemos concluir que o certo e o errado para aquela época eram relativos. Hoje, a divulgação só é feita quando determiada descoberta é comprovada cientificamente por uma comunidade científica após o lançamento de uma hipótese.
Quanto ao papel do educador ele diz que é preciso motivar os alunos buscando aguçar sua curiosidade e mostrando o valor do ato da pergunta. O professor é aquele que ensina a arte de perguntar. É preciso também sair da sala de aula porque a ciência está em toda a parte. O ensino das Ciências deve ser praticado de forma que a criança se sinta fascinada, interessada e apaixonada pelas descobertas e para tal, basta relacioná-la ao dia a dia das pessoas. E como isso é possível? Derrubando o velho tabu de que ciências é um assunto chato. Se mantivéssemos a curiosidade natural dos pequenos, ao longo de nossas vidas, certamente nos posicionaríamos melhor no universo. Cada Revolução Científica implica em uma Revolução  Social. Como divulgador , busco passar uma idéia de queCiência não é coisa de outro mundo e daí a importância em não confundir divulgação com estudo da Ciência. Para aproximar a Cência do público aconselho fazer uso de imagens e metáforas, adequar a linguagem ao público que se quer alcançar, evitar jargões técnicos, buscando uma caracterização humana da ciência e principalmente do cientista, finaliza Marcelo Gleiser.

Marcelo Gleiser
Físico e astrônomo é formado pela Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro e possui Ph.D. pela King's College de Londres.
OBRAS
O Marcelo está mais famoso entre os leigos por causa de sua série ‘Poeira das Estrelas‘, no Fantástico.
Lista de livros escritos por ele:
- O Fim da Terra e do Céu
- O Livro do Cientista - Col. Profissões
- Micro Macro: Reflexões Sobre o Homem, o Tempo e o Espaço
- A Harmonia do Mundo
- A Dança do Universo - dos Mitos da Criação ao Big-Bang
- Retalhos Cósmicos 
FONTE:
PARA VERIFICAR A SÉRIE "POEIRA DAS ESTRELAS" NA INTEGRA ASSISTA TODOS OS VÍDEOS NO ENDEREÇO ABAIXO:


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