Atividade Complementar Mód. 12


Paulo Nathanael Pereira de Souza

Graduado em Economia e Administração e doutor em Educação. Professor Universitário nas áreas de Economia, História e Educação.

Ex-membro dos Conselhos Estadual (SP) e Federal de Educação e presidente deste último. Ex-secretário municipal de Educação e Cultura de São Paulo (1971-1974) e ex-superintendente da Bienal de São Paulo.

RELATO - ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO MÓDULO 12


ALUNO: LUCIENE HELOÍSA ANDRÉ

TUTOR: PROFª DEISE MENEZES CUPERTINO FUKUOKA

TURMA: 00224 - LICENCIATURA EM PEDAGOGIA UNICID SP

MÓDULO: 12 DATA DE ENTREGA: ____/____/____

CONFERÊNCIA: FORMAÇÃO DOCENTE NO BRASIL E SUA AMPLITUDE

CONFERENCISTA: DR. PAULO NATANAEL PEREIRA DE SOUZA




INTRODUÇÃO

Nesta conferência, o professor Paulo Natanael Pereira de Souza, fala sobre Formação de Docentes na Educação, bem como a Crise na Educação Brasileira, sobretudo dos resultados desanimadores que têm colocado o Brasil nos últimos lugares no “Ranking” internacional da aprendizagem e aponta alguns caminhos para transformar este cenário atual.



De acordo com o professor Paulo, um dos fatores que contribui para os baixos índices de aproveitamento dos alunos em todos os níveis está diretamente relacionado à formação deficiente e equivocada dos professores, excluídas as raras exceções, infelizmente, os professores não têm conseguido auxiliar seus alunos no processo de construção do conhecimento necessário para suprir suas necessidades futuras. Sem saber o que fazer exatamente, em sala de aula, não conseguem relacionar a teoria dos conceitos que ensinam com sua aplicabilidade na prática. Isso ocorre porque as Faculdades de Educação estão, de um modo geral, falhando na sua missão de formar, atualizar e qualificar docentes.

Um outro aspecto que contribui para o esse caos é a inadequação do modelo educativo brasileiro, herdado de um passado composto por várias adaptações de modelos europeus e americanos de educação inadequados à nossa sociedade, já que esses modelos visavam educar para a elite reforçando o status elitista daqueles que tinham acesso à escolarização no período do Brasil Colonial em que a educação era voltada a uma pequena parcela da população, uma minoria pertencente à elite social. Deste modo, não existia a educação popular. Os índios, catequizados pelos jesuítas não influenciavam em nada a população branca e livre e não participavam do processo produtivo do país que, nesta ocasião, dependia da força do trabalho escravo e, os escravos, por sua vez, como não eram considerados gente, não recebiam educação. Logo, a educação de massa não tinha nenhum significado na época colonial.

No período imperial, mesmo com a expansão populacional, ninguém se preocupou com a educação do povo, tampouco com o assistencialismo social, reforçando, ainda mais que, o fato determinante para a escolarização era o status social.

A preocupação em educar toda a população só apareceu com o surgimento da industrialização e da modernização que gerou grandes mudanças sociais e econômicas. Foi aí que o país se deu conta que não havia uma correspondência entre a organização escolar curricular e a didática. A saída foi recorrer aos modelos arcaicos europeus e americanos de educação, que para a nossa sociedade eram completamente descontextualizados e incompatíveis às nossas necessidades, se refletindo até os dias de hoje. Tais modelos não ofertam o que as escolas realmente precisam para desenvolver nos seus alunos o conhecimento e a cidadania necessários para que estes indivíduos possam refletir criticamente, contribuindo, de forma efetiva, para o desenvolvimento da sociedade brasileira. Para o autor, quando o filósofo e pedagogo norte-americano declarou: “sei porque faço e aprendo porque aplico”, de certa forma, ele introduziu a idéia de que é preciso relacionar os aspectos teóricos à vivência do educando, de maneira que o aluno possa aprender na prática.

Por outro lado, a falta de integração entre os processos didáticos tradicionais e às novas tecnologias educacionais e da comunicação também deve ser discutida de forma mais abrangente, principalmente, com relação ao trabalho com a formação dos professores, buscando um método mais pragmático e eficaz, para que haja uma atuação mais dinâmica e criativa no processo de ensino/ aprendizagem.

A falta de escolarização também requer medidas urgentes, pois o Brasil ainda apresenta altos índices de baixa ou nenhuma escolarização, principalmente, nos núcleos sociais distanciados das facilidades dos grandes centros. Um dos recursos tecnológicos que devem ser explorados exaustivamente é o ensino à distância, que já é uma realidade e, pode sim, colaborar no processo de formação de milhões de brasileiros, infelizmente esquecidos. Segundo o professor Paulo, O país ainda luta contra o preconceito de burocratas que são contra o EAD, defendendo que o método leva a abusos, corrupções, extorsões e falsidades. Contudo, até aqui, predomina o ensino presencial, no entanto, a luta é intensa contra todo tipo de abuso, corrupção e insuficiências deste método tradicional de ensino, cujas deficiências progridem cada vez mais. O professor Paulo acrescenta ainda que a “mundialização” em todos os aspectos, inclusive da Educação, só ocorrerá quando todas as adaptações necessárias aos procedimentos escolares em vigor forem feitas, pois as reformas só aconteceram no âmbito das Leis Educacionais, que são suficientemente amplas para permitir ou não toda e qualquer mudança. Na prática, a educação em si, continua adotando os mesmos procedimentos que a tornam cada vez mais deficiente, sem que haja qualquer adaptação às Leis Vigentes, que possibilitariam o sucesso educacional. Não precisamos de novas leis, mas sim, do cumprimento inteligente e eficaz das que aí estão, sobretudo a de nº. 9394/96, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

Sobre a capacitação para todo os professores em exercício, o professor Paulo diz que o Artigo 87 da LDB/96, segundo o qual cabe aos Municípios, aos Estados e à União realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isso, os recursos da educação à distância, deixa claro que, quem estiver trabalhando em sala de aula precisa se atualizar em termos de aprendizagem e ensino.

Sobre a questão Carteira Assinada, não há restrição da LDB quanto ao assunto. O que ocorre é uma confusão entre definição do que é trabalho e o que é emprego. Não importa de que forma será consolidado seu efetivo trabalho, mas sim a qualidade com que esse trabalho é desenvolvido. Todos têm seus direitos assegurados e deveriam participar dos programas de capacitação, inclusive, voluntários e estagiários na educação que numa situação-aula, certamente, terão um desempenho bem melhor.

Até mesmo o profissional não diplomado, mas com notório saber adquirido com o exercício da profissão, de forma extra-acadêmica acaba se especializando, sendo portanto pela LDB, também.

É um equívoco, achar que serviço corresponde apenas a emprego formal em carteira, como já ocorreu em um Conselho Estadual de Educação que restringiu o registro dos diplomas somente àqueles com carteira assinada. Aliás, esse assunto de caráter administrativo não compete à Educação.

O importante é não permitir que interferências e interpretações pessoais dificultem a utilização dos instrumentos que contribuem para a melhoria da qualidade dos serviços prestados por aqueles que trabalham com a Educação, conclui o professor Paulo Natanael Pereira de Souza.



SOBRE O AUTOR:http://www.elearningbrasil.com.br/congresso/2006/palestrantes/paulon.asp

FONTE: http://www.videolivraria.com.br/videolivraria/interface/default.asp


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